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quarta-feira, 9 de março de 2011

Narrativa autobiográfica: uma prática reflexiva na formação

"A aprendizagem da convivência pacífica, considerada como um dos pilares da educação para o século XXI, implica, essencialmente, o respeito ao outro e a resolução de conflitos através do diálogo (...) os relatos necessitam ser sistematizados através da narrativa autobiográfica no memorial de formação. Admitimos que a escrita apresenta-se como uma ação complementar, que enriquece e reforça as transformações desencadeadas na interação social. Consideramos ainda que o ato de escrever exige esforços cognitivos e metacognitivos, suplementares para reinterpretar interpretações anteriores. O conhecimento de si mesmo, como tomada de consciência do eu (Conhece-te a ti mesmo), é tão antigo, quanto toda a história do homem ocidental. O que parece ser significativamente novo é o ressurgimento dessa tomada de consciência de si mesmo, como um ato político (Freire, 1996), uma ação epistemológica (Ricoeur, 1990, 1997), uma alternativa de conhecimento-emancipatório (Santos, 2000), opostos ao desencantamento, à resignação e ao assujeitamento, que marcaram e ainda marcam a condição psicossocial do ser docente.
Finalmente, o que propomos nessa perspectiva é levantar questões sobre as
dimensões cognitiva e afetiva que se entrelaçam no contexto da formação profissional,
escutando o que dizem os professores e valorizando o que sentem. Para Arroyo (2000, p.251), “os oprimidos foram os educadores de Paulo Freire, os inspiradores de sua pedagogia, de suas opções teóricas, de suas práticas e, sobretudo, de seu perfil de educador.” Esperamos que os educadores nos eduquem com suas histórias de vida, se autoeduquem na reinvenção de si mesmos e eduquem seus alunos para convivência pacífica através do diálogo e da solidariedade humana".

Maria da Conceição PASSEGGI
Universidade Federal do Rio Grande do Norte- Brasil

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